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quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

2010 em álbuns - 4. MGMT - Congratulations



os MGMT fartaram-se do indie pop e evoluíram para o indie rock psicadélico e, diga-se de passagem, ainda bem. já almejado o sucesso, decidiram usufruir da liberdade num álbum que, pelo menos no meu caso, demorou a cativar. enquanto no anterior trabalho (pelo menos nas músicas que passam na rádio, nunca me dei ao trabalho de ouvir o álbum anterior, tentei, mas não era para mim) destacavam-se melodias simpáticas que nos entravam pela cabeça dentro e não saiam enquanto não nos dissessem o quão bonitos éramos, neste a construção musical é bem mais complexa com variações de energia e de estados de espírito muito interessantes e com recurso a uma sonoridade e a elementos claramente psicadélicos. parece impregnado com uma boa dose de ironia. o próprio título é ironia pura, porque mais que se congratularem com o álbum anterior decidiram fazer algo diferente.

arrancando com a enérgica e festiva It's Working, atinge a melancolia em Someone's Missing, a loucura eufórica de Flash Delirium marcada por alguns rasgos de genialidade, o existencialismo de Siberian Breaks (é a palavra que utilizo para descrever "there's no reasons/ there's no secrets to decode") espalhado por 12 minutos absolutamente irresistíveis, o horror instrumentalmente riquíssimo Lady Dada's Nightmare, finalizando esta reflexão sobre o primeiro registo com a faixa-titúlo, também ela impressionante.

no futuro espero mais destes MGMT. este álbum mais do que uma confirmação, é a promessa de uma banda superior, ponto de transição entre o pop das massas e a música de culto.





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